domingo, 26 de maio de 2013

Respeitando os limites.

Caríssimos (as) amigos(as), bom dia!

Ontem, uma das  minhas amigas especiais lamentando-se de uma injustiça que sofrera,desabafou: "Existe muita gente ruim  aqui onde a gente mora!Parece que cuidam mais da nossa vida do que a gente! E,o que é pior, estão atentos, não para ajudar,mas para prejudicar"! Concordei em parte,porém complementei: _Não somente aqui minha querida.Infelizmente parece que em  toda parte existem pessoas que pensam apenas em si mesmas desconsiderando a presença,o valor do outro. Talvez porque se esquecem da principal lição de Jesus: "Amar ao próximo como a si mesmo".  Lei maior, nela todas as demais emanam. 
   
Isto me fez lembrar  a história de Antônio,um homem muito dedicado à família. Ele acreditava que a maior herança que podia deixar para seus filhos, era uma boa educação;por isso,uma vez por semana,pelo menos,Antônio os levava para passear pela cidade onde morava. Aproveitava, durante o passeio, todas as oportunidades do momento para dar-lhes lições de vida.

Certo dia, enquanto caminhavam pelo centro da cidade,se depararam com um pedinte que morava numa calçada debaixo de um viaduto. O mendigo havia limitado o lugar onde dormia com uma corda,formando um retângulo diante do qual os transeuntes desviavam o percurso"obrigatoriamente". No interior do espaço demarcado ele guardava seus pertences: um colchonete onde dormia,um cobertor,uma caixa de papelão onde guardava suas roupas e uma vassoura.

Diante da situação, Antônio percebeu que poderia usá-la para ensinar algo a seus filhos e, assim,se deteve ali mais um tempo.

Enquanto ele observava a cena, o mendigo pegou a vassoura e cuidadosamente começou a varrer o espaço que formava o retângulo no qual estava inserido.

Uma das crianças olhou para o pai e disse: _ Papai,por que esse moço colocou aquele cordão no meio da calçada por onde passa tanta gente? _Este cordão,respondeu o pai,serve para sinalizar o espaço em que ele dorme e guarda os seus objetos pessoais,meu filho! A criança prosseguiu falando: _Mas pai, a calçada não é dele!  _O pai respondeu: _Você tem razão meu filho. A calçada é pública,mas como ele não tem onde morar utilizou parte deste espaço para fazer a sua casa. Aquele barbante serve para alertar as pessoas,que por ali passam, de que precisam respeitar o que há no interior do retângulo. Ele sinaliza até onde podem ir.

Enquanto Antônio falava,os filhos ouviam com atenção mais uma lição de vida:  _ Filhos, esta situação que vocês estão vendo agora faz parte do relacionamento entre as pessoas. Uma das necessidades de todo ser humano é de ter privacidade e de ser respeitado. Para que os nossos relacionamentos tenham paz e harmonia é necessário imaginar em volta de cada pessoa esse cordão que sinaliza até onde podemos chegar. É uma questão de limite,de território de alerta.

As crianças abraçaram,nesse instante, o pai  como forma de agradecimento por ele ensiná-las tantas coisas importantes. E assim Antônio continuou seu passeio sentindo muita alegria no seu coração por ter percebido que seus filhos aprenderam mais uma lição de vida,talvez uma das mais essenciais: "A lição dos limites entre as pessoas".
Minha querida e queixosa amiga, talvez seja este o principal motivo da sua inquietação: Algumas pessoas perderam totalmente a noção do respeito ao espaço moralmente demarcado  do outro. E enquanto vão invadindo  os limites que sinalizam até onde podem ir, pensando unicamente em satisfazer seus egos,vão criando abismos entre elas e os outros;e assim  perdem, em sua trajetória, a amizade e o apoio de pessoas muito especiais.
Pense nisso! Procure cobrar,impor,se preciso for,o respeito que lhe é devido.Ninguém é tão "grande" que tenha o direito de "arrombar" o espaço entre seu desejo e a dignidade do outro. Forte abraço e que Deus abençoe sua vida e sua família. Muita paz!

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