sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A boca fala do que o coração está cheio.- Parte 1







A regra essencial e elementar da convivência social é que cada um se contenha de falar mal dos outros. Pense que devemos falar bem dos colegas e conhecidos enaltecendo  os seus pontos positivos ou nada falar. "Há tempo para falar e tempo para calar",nos diz o livro do Eclesiastes. Expressar-se em termos desfavoráveis de alguém revela simplesmente que não existe amor no coração mas sim frieza,maldade.

Falar mal de alguém demonstra carência de fé. A palavra de Deus em Tiago é determinante a este respeito: "deixem de criticar-se mutuamente... há somente um juiz : aquele que pode salvar e destruir. Quem és tu para seres juiz do teu irmão?" Quando falamos mal dos outros estamos antepondo o nosso critério humano ao de Deus.

"A boca fala da abundância do coração", nos diz Jesus. Isto significa que o  que dizemos está em conexão  com o que pensamos e com o que sentimos. Falamos mal de alguém porque pensamos mal dele e algumas vezes também porque desejamos que o outro tenha efetivamente o mal que apontamos para ele para parecermos melhores,superiores a ele. É igualmente falta de humildade falar mal de alguém.

"Os defeitos que eu critico nos outros são, muitas vezes,os meus próprios defeitos que eu recuso olhar de frente" nos diz Jean Vanier. E prossegue: "Aqueles que criticam os outros,estão muitas vezes fugindo dos seus defeitos e fraquezas".

Falar mal do outro é entrar na vida do outro,é invadir seu recinto mais sagrado que é a intencionalidade e estabelecer ai um tribunal: julga,condena e divulga publicamente a sentença condenatória.

A murmuração, a intriga, a  crítica envenena rapidamente as melhores intenções de qualquer pessoa ou grupo social e instaura o desânimo. É uma epidemia, doença emocional que contamina. E como palavras puxam palavras, se falarem mal de você, a tendência é revidar,ou seja, também falar mal deles. Palavras e comentários maldosos são como balas que batem e ricocheteiam entre as "paredes" da comunidade.


Vai assim criando um clima de difícil convivência em que ninguém confia em ninguém. Temem falar com sinceridade e serem "julgados" e "condenados". Por toda parte há insegurança e o que se respira é a suspeita e o medo.

Consequentemente, cada membro se refugia no seu próprio interior temendo o encontro (ou confronto) com o outro como em ilha solitária. Tal ambiente de convívio transforma-se num perigoso e frio recinto onde até os que tem o coração cheio de amor sentem necessidade de evasão e de procurar refúgio emocional e "espaço vital"  onde possam encontrar uma forma de vida feliz. Desse modo a falta de respeito desencadeia um processo generalizado de males tanto sociais quanto pessoais.

                                                                                                continua...

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