sexta-feira, 14 de abril de 2017

Quando todos falham P 1.

Um dos maiores sofrimentos do coração humano é o sofrimento causado pela ingratidão daqueles que se tanto ama.. No Getsemani, sentiu Jesus, num doloroso presente,todos os abandonos: o de Judas,um dos seus discípulos, prestes a beijá-lo traiçoeiramente,o dos Apóstolos,deitados ali do lado num sono apático... e a sua futura fuga atemorizados,culminando com a traição covarde de Pedro,negando-o por três vezes. É fácil compreender o grito angustiante de Cristo ao Pai, no meio de toda esta solidão: _ "Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice"! (Mt.26,19).

Há pouco dissera aos apóstolos que pareciam tão amigos: "A minha alma está numa tristeza mortal,ficai aqui e vigiais" (Mt.26,38).

O Homem Deus quer companhia.Detesta a solidão, que tem algo do inferno.Mas todos o abandonam... e se o Pai o abandonar?
_" Pai, se é da tua vontade,afasta para longe de mim este cálice! Não se faça,porém, a minha vontade, mas sim a tua" (Lc 22,42).

A estas alturas de sua marcha redentora,Cristo não quer fraquejar. O abandono rói as fibras íntimas do coração. Os vasos sanguíneos se dilatam, e "seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra" (Lc 22,44). E Jesus na solidão orou e suou sangue por nossas iniquidades e no mesmo momento de todo seu sofrimento Ele, seria traído...

O Pai é o único que não o abandona e demonstra isto mandando um anjo do céu para confortá-lo.
( Lc 22,43)

E Jesus estava de novo disposto a continuar o caminho ao encontro da cruz. Também Elias caiu ao pé duma árvore desanimado. O Anjo o alimentou e Elias caminhou quarenta dias e quarenta noites contínuas. Cristo recebeu o conforto do Pai...pelo Anjo.

Nos grandes momentos de Cristo os Anjos estão presentes. Podem todos abandoná-lo, mas os Anjos jamais. E se nós estivermos um dia,abandonados,talvez numa agonia semelhante do Horto das Oliveiras sem nenhum apoio terreno... por que não aceitar o conforto do Anjo? Eles sempre estão disponíveis, e se preciso for, numa quantidade inumerável.

Na prisão de Jesus,os apóstolos ainda não compreenderam o sentido redentor da Paixão. Pedro cortou a orelha do servo Malco,servo do sumo sacerdote.Cristo ajustou novamente a orelha cortada. E alude à possibilidade de jamais entregar-se e ainda mais, de libertar-se da própria prisão.

"_ Crês que não posso invocar meu Pai e  Ele não me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos?" (Mt. 26,53)         Para explicar o poder do Pai,Cristo acena aos inumeráveis Anjos que estão à sua disposição.Bastava um deles para aniquilar todos os inimigos. Pois no Antigo Testamento um só Anjo derrotou, desmantelou como um pé de vento, 180.000 inimigos de Israel.

Numa das grandes horas salvíficas do redentor,os Anjos confortaram a Jesus. O caminho do cristão deverá ser diferente? Com Cristo fomos crucificados,mortos, sepultados... por que também não "confortados" com Ele? E quem o confortou? O Pai! Como o pai o confortou? ...pelo Anjo.

                                                                                                                Continua...

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