Um princípio filosófico clássico diz: "Nada se pode amar se antes não se conhece"; e um outro completa-o, acrescentando: "Nada pode ser conhecido pela inteligência se antes não for captado pelos sentidos",pela percepção sensível.Aprender a perceber e enxergar é a primeira exigência do amor.
Há duas formas de olhar, conforme nos revela a parábola do samaritano: o olhar indiferente, frio e egoísta daquele sacerdote que ao se deparar com um homem ferido à beira do caminho,"vendo-o passou de largo",por estar muito ocupado com sus deveres" religiosos" - e o olhar sensível acolhedor do samaritano- homem considerado religiosamente marginalizado-indicam duas formas de percepção e principalmente dois modos substanciais de ser
Por isso olhar como Jesus nos ensinou na parábola do bom samaritano,é começar aprender a enxergar os outros no fundo das suas vidas,distinguindo as suas características peculiares,por seu destino único irredutível;ir encontrá-los mergulhados nos seus projetos pessoais,talvez num drama íntimo,para resgatá-los do anonimato,da solidão...
A solidão...quem não sentiu alguma vez a sua mordida,porque todos nós necessitamos de companhia,de afeto,e às vezes,nos faltam.
Você certamente já esteve alguma vez numa festa ou numerosa reunião em que todas as pessoas pareciam se conhecer e conversavam animadamente entre si e você sozinho, a um canto,como um "estranho no ninho"; e de repente aproximou-se um amigo e lhe disse: "Que bom você por aqui!" Venha cá, vou lhe apresentar uns amigos meus". E naquele momento você sentia que voltava ao mundo dos vivos.
Essa experiência tão simples,creio que é suficientemente reveladora para mover-nos a prestar mais atenção aos outros,a olhá-los com olhos de amor,para compreender que eles- tanto como nós- necessitam ser reconhecidos não apenas como seres humanos individuais,mas como pessoas,com uma identidade insubstituível.Infelizmente até nas família algumas vezes encontramos alguém que se sente incompreendido, abandonado, sozinho.É bem triste,mas real.
Alguns se queixam de que vivem num mundo de rostos frios,fechados,mas não compreendemos que o mundo, a família, é como um espelho que reflete o nosso próprio rosto: o nosso mau humor, a nossa atitude dura indiferente,reservada.
É preciso abrirmo-nos aos outros pelo olhar com uma palavra atenciosa,com um sorriso e certamente eles se abrirão a nós.E o espelho refletira outra imagem: a imagem do amor.
Pensemos nisso, cada um tem sobre o outro, especialmente na família uma inegável influência e responsabilidade.Como um bom médico,é preciso ter "olhar clínico",aguçado para analisar e discernir os primeiros sintomas de "doença anêmica".
continua...
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