Muitas pessoas ainda acreditam que castigos físicos
fazem parte de uma boa educação. Mas será que não é possível estabelecer
limites sem bater nos filhos? Claro que é. Diversas pesquisas na área
da psicologia já demonstraram que esse tipo de castigo pode resultar em problemas na vida
adulta, como
depressão, síndrome do pânico, ansiedade, etc.
Pais que perpetuam a atitude de bater nos filhos
são aqueles que foram educados dessa forma. Em contrapartida, há aqueles que já
perceberam que para impor limites não é necessário utilizar a violência física.
Assim, a busca do diálogo com os filhos aliada à aplicação de consequências tem
sido o caminho para que a violência fique de lado dentro do ambiente familiar.
Quais são as consequências para a criança que
apanha dos pais?
O ato do castigo físico é considerado como uma lição
para os filhos. Infelizmente, tudo que carregam após apanharem são mágoas e
marcas dolorosas. Dessa forma, a criança começa a entender que bater é a
ação que controla determinada situação. Nesse contexto vamos agora
listar as consequências de bater nos filhos para as crianças:
• Medo excessivo:
A criança começa a ter receio de quem é mais forte. Assim, isso resulta em um adulto
com problemas psicológicos, pois tem medo de ser repreendido a todo momento;
• Bater é a solução:
Não sabe
lidar com conflitos. Nesse contexto, a única referência que ela possui é que
são solucionados por meio de agressão;
• Sem diálogo:
Assim
como já foi pontuado anteriormente, a conversa é colocada num patamar abaixo
dos tapas. Contudo, isso traz consequências ruins para a fase a adulta.
Assim, a
criança que passou toda a infância sendo castigada fisicamente, pode
tornar-se o adulto que tem o anseio de fazer a mesma coisa com todas as pessoas
que a incomodam de alguma forma.
• Baixa autoestima:
Por conta
das violências sofridas, a criança começa a sentir-se inferior a outras
pessoas;
• Riscos de desenvolver doenças psicológicas:
É mais
comum que crianças que sofrem violência física desenvolvam a depressão;
• Adolescentes que tentam suicídio:
A criança
cresce com vontade de escapar de pais que querem bater nos filhos. Portanto,
isso fica mais presente durante a adolescência, que por sua vez é um
período onde as revoltas se manifestam com um ímpeto maior do que na infância.
Por que os pais sentem-se autorizados em bater nos
filhos?
Existem quatro pontos que explicam a ação dos pais
violentos. Veja os motivos:
• Espelho da infância: A educação recebida
torna-se um ciclo. Assim sendo, há a tendência de quem foi violentado
durante a infância utilize o mesmo recurso para educar seus filhos;
• Necessidade de estar no controle: A
agressão nada mais é do que fazer a vítima sentir medo. Portanto, isso traz
uma boa sensação para quem possui a necessidade de controlar tudo;
• Estresse: Muitos adultos não conseguem
separar o dia a dia do trabalho com a vida familiar e acabam descontando tudo
nos filhos;
• Vícios em drogas: O uso de drogas pode
desencadear casos psicóticos. Assim, esse vício pode ser descontado nos filhos.
Não bata em seus filhos: veja os porquês
• Não seja covarde: Seu filho é uma criança
indefesa e com nem metade do seu tamanho. Você é a pessoa mais forte da
situação. Nesse contexto, o que seu filho pode fazer contra você para se
defender? Nada.
• Ampliação de dores: A criança sente duas
dores ao apanhar: a física e a da alma (essa é difícil de curar);
• A confiança é perdida: Os pais que deveriam
ser vistos como pessoas que dão segurança aos seus filhos, acabam por se
tornar aqueles em que eles possuem mais medo de confiar;
• Seus
filhos podem se tornar pessoas extremamente frágeis: A agressão física,
muitas vezes, resulta na incapacidade de reação;
• Como será durante o seu envelhecimento? Quando
seus filhos estiverem no controle e você for a pessoa indefesa que precisa de
ajuda, tudo pode se inverter no relacionamento entre vocês. Nesse contexto, não
poderá reclamar se seus filhos o abandonarem durante a velhice, pois
isso será o espelho das suas ações. Assim, lembrará com tristeza de quantas
vezes fez com que seus filhos sentissem acuados e sozinhos diante do mundo.
Psicanálise e educação infantil: 10 lições para os
pais
1. Cada criança é única:
Não compare seus filhos com outras crianças.
Esse tipo de atitude pode gerar ansiedade e frustração na criança.
Lembre-se que cada criança possui seu ritmo de desenvolvimento, principalmente,
quando estão aprendendo coisas novas na escola. Dessa forma, é muito importante
não castigá-las fisicamente por ter dificuldade em algum dever escolar, pois
isso vai gerar problemas de aprendizado.
2. Seja presente:
É importante para a criança ter os pais presentes para
o estímulo da sua autoconfiança. Portanto, é necessário que a criança saiba
que possui alguém por perto para auxiliá-la em suas tarefas.
3. Não aponte erros o tempo todo:
É muito comum que os pais digam para a criança
“você não faz nada direito”. No entanto, isso gera muita frustração. Nesse
contexto, elogie as tentativas dos seus filhos quando realizam alguma tarefa,
como arrumar a cama, organizar os brinquedos, etc. Assim, eles terão vontade de
continuar realizando essas pequenas tarefas.
4. Converse:
A criação com base no diálogo é de extrema
importância ao contrário do castigo físico. Assim sendo, quando seu filho fizer
algo de errado, sente com ele. Dessa forma, converse e explique as
consequências dos atos. No entanto, por outro lado, pode puni-lo de alguma
forma, por exemplo, privando-o de algo que gosta de fazer por uma ou duas
semanas.
5. É necessário saber falar “não”:
É dessa
forma que conseguirá impor limites.
6. Imponha regras:
A criança precisa entender que tudo tem sua hora, portanto evite realizar todos
os desejos dela. Isso principalmente quando não são de sua vontade e você só o
realiza para que ela pare de insistir.
7. Procure ajuda psicológica caso seja necessário:
É importante observar bem a criança e se observar
que ela está passando por algum problema, como por exemplo, fechar-se muito ou
aparentar muita tristeza. Nesse contexto, está na hora de buscar ajuda
psicológica. Assim sendo, será possível investigar a causa do problema.
8. A criança precisa ter rotina:
Rotinas e
hábitos saudáveis ajudarão as crianças no futuro. Assim, por exemplo, saberão
lidar com questões do trabalho com disciplina e destreza.
9. Seu filho não é o espelho das suas vontades:
Entenda
seu filho como um ser autônomo que possui seus próprios sonhos. Assim, não
pode colocar o que almejou conquistar na bagagem dos seus filhos.
10. Escute-os:
É muito importante para as crianças pais que as
ouçam e entendam seus conflitos.
Com tudo que foi apresentado, pode-se concluir que
bater nos filhos não é uma solução e sim a criação de um problema grave. É importante que eles saibam que possuem pais para contar como guias
desta caminhada. Lembre-se vocês não são eternos. Portanto, não poderão
estar ao lado dos seus filhos para sempre, por isso estimulem a autonomia através de diálogos orientadores.
Agora comente aqui se você concorda ou não com a questão de bater nos
filhos. Como é a sua relação com seus filhos? Conflituosa ou harmoniosa?
Texto discutido na reunião de pais. Desconheço o autor.